sexta-feira, 30 de março de 2012

Provável fracasso da FPF também na base (matéria da Gazeta do Povo)

Atlético de fora, Coritiba com time reserva e Paraná sem pretensões. É assim que o Campeonato Paranaense sub-20 começa amanhã, órfão de expressividade e consideravelmente esvaziado em
relação à edição do ano passado. Aliado à falta de interesse dos três grandes, a quantidade de participantes diminuiu – caiu de 12 para 9 – e agora conta com apenas quatro agremiações representadas na Primeira Divisão profissional do Estadual.
Apenas o Coritiba, o Co­­­­­­­­­­rinthians, o Arapongas e o Londrina também estão disputando a Série A. Com exceção dos juniores do Paraná, único time da Segundona paranaense, o restante (Francisco Beltrão, Cambé, Colorado e Campo Mourão) beira o amadorismo.
Esse cenário tira a importância do último passo que separa as categorias de base do futebol
profissional. Exatamente o torneio que, no ano passado, por exemplo, revelou jogadores que agora estão desfilando nas equipes de cima. Casos dos atleticanos Rodolfo, Edigar Junio e Harrison, e também dos paranistas Alex Alves e Luisinho. Só o Coritiba ainda não aproveitou os atletas forjados no CT da Graciosa.
Enquanto os times da capital encaram o sub-20 estadual com relativo desprezo, as equipes do
interior fazem o que podem. Outras, entretanto, nem sequer conseguiram montar elenco e ficaram sem opção, a não ser ignorar a competição.
As dificuldades estão ancoradas principalmente na questão financeira. Sem condições de manter estrutura para a formação do atleta, o pouco de dinheiro que sobra – quando sobra – vai todo para o time de cima. Script que tirou Operário e Paranavaí da edição de 2012.
“Seria bom ter um trabalho de base, mas, financeiramente, estamos passando por um momento
delicado. Se formos fazer, temos de fazer bem feito”, sentenciou o diretor remunerado de futebol do Vermelhinho, Lourival Furquin.
“Não temos recurso para tocar o sub-20. Perdemos uma parceria [com uma empresa do Rio de
Janeiro] que garantia uma participação forte e esbarramos na questão financeira. Não estávamos esperando essa situação e temos de concentrar as forças no profissional”, lamentou o presidente do Operário, Carlos Roberto Iurk.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF), organizadora do torneio, não quis comentar a
relativa indiferença dos clubes da capital. O Atlético seguiu os mesmos passos.
Via assessoria de imprensa, o clube limitou-se a dizer que o fim da categoria sub-20 e a consequente saída da competição foi uma “decisão interna”.
Esse posicionamento do Furacão, aliás, surpreendeu – e preocupou – quem comandava as
categorias de base até o ano passado. “Não sei o pensamento da atual diretoria, mas acho isso ruim para a formação dos atletas. Eles precisam jogar e apenas treinar todos os dias, sem objetivo definido. É prejudicial”, comentou o ex-supervisor das categorias de base do Rubro-Negro, Maicon Massera.
Matéria publicada na Gazeta do Povo

0 comentários:

Postar um comentário

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More